quarta-feira, 14 de novembro de 2012

007 Legends


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Jogos baseados em filmes já nascem com a pior das reputações. Assim como as adaptações de games para o cinema, tais títulos são vistos como meros caça-níqueis, que tentam ganhar algum dinheiro usando uma marca licenciada que está prestes a chegar às telonas. A ideia é permitir que as pessoas partissem da diversão em casa.
007 Legends é mais um dessa leva, sendo lançado em conjunto com o longa “007 – Operação Skyfall”. Aqui, porém, em vez de transferir a trama da nova produção para os games, a Activision preferiu voltar ao passado e relembrar os clássicos filmes do espião mais famoso do mundo. Uma ideia que agradou muitos saudosistas, ao mesmo tempo em que deixou todos com o pé atrás.
A Eurocom, com sua experiência nos últimos jogos do espião, foi escolhida para a empreitada. Mas, infelizmente, o que se vê é uma repetição de erros do passado e uma ação que em nada lembra o estilo refinado e mordaz de James Bond. Uma capa clássica e atrativa para um jogo fraco e lotado de falhas.

Aprovado

Respeito aos clássicos
A trama de 007 Legends começa da mesma maneira que o mais recente filme do espião britânico. Ao receber o tiro que faz com que ele seja dado como “morto em ação”, James Bond se lembra de suas aventuras do passado, que surgem de forma extremamente vívidas. É assim que começam uma série de capítulos que remontam aos seguintes longas da franquia:
  • “007 Contra Goldfinger” (1964);
  • “007 A Serviço Secreto de Sua Majestade” (1969);
  • “007 – Permissão Para Matar” (1989);
  • “007 – Um Novo Dia Para Morrer” (2002);
  • “007 Contra o Foguete da Morte” (1979);
  • “007 – Operação Skyfall” (2012, exclusivo como DLC).
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Aqui, Daniel Craig aparece no papel do espião durante todo o game, substituindo atores como Roger Moore e Sean Connery. O mesmo, porém, não pode ser dito dos vilões e personagens secundários, que voltam a ser interpretados pelos astros originais. Mais do que isso, o elenco de estrelas foi convidado para regravar as falas, trazendo uma autenticidade única ao título.
As histórias, porém, aparecem modernizadas, com James Bond fazendo uso de armas da atualidade e tecnologias como computadores e celulares. Ainda assim, existe um cuidado especial com cenários e figurinos, de forma a passar a impressão de que o jogador está, realmente, dentro do filme. Certas situações podem parecer deslocadas em um contexto contemporâneo, mas, ainda assim, vão agradar os fãs de 007.
Multiplayer de raiz
Um dos pontos mais interessantes de 007 Legends é, sem dúvida nenhuma, seu modo multiplayer local. Em uma tentativa de emular o clássico GoldenEye, o título permite que até quatro jogadores compartilhem da ação em um mesmo console, se divertindo em arenas inspiradas nos filmes da saga.
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A grande quantidade de personagens também retorna aqui e é possível contar com a presença de vilões e Bond Girls que nem mesmo aparecem no modo campanha. Armas do game para Nintendo 64 também fazem um retorno, assim como o modo Golden Gun, que aqui, premia o detentor da arma dourada com mais pontos na partida.
Para muitos, essa função será mais jogada que os capítulos inspirados nos filmes. Apesar de muitos dos problemas do game também aparecerem aqui, o modo multiplayer local cumpre a função de qualquer game de tiroteio: divertir.

Reprovado

Mas é outra remasterização?
GoldenEye 007: Reloaded tinha desculpa para apresentar gráficos fracos, por ser uma versão em HD de um título para o Wii. O mesmo, porém, não se aplica a Legends, um título feito do zero para os consoles da sétima geração e que apresenta visuais tão ruins quanto o seu antecessor.
A lista é grande. Temos texturas pobres, elementos de baixa resolução, screen tearings, pop-ins de elementos no cenário e diversos itens que ultrapassam paredes e outros objetos. Eventualmente, soldados andam sem moverem os pés ou atravessam barreiras para te atacar. E o mais triste de tudo: os personagens clássicos aparecem inexpressivos e esquisitos, longe do esplendor que poderiam (e deveriam) possuir.
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A desenvolvedora Eurocom parece ter aproveitado o mesmo motor gráfico que usou no Nintendo Wii, apenas adicionando elementos em HD à equação. O resultado, de maneira geral, é simplesmente ruim.
O mesmo vale para a jogabilidade, uma versão piorada do sistema já bem conhecido da série Call of Duty. Apesar de contar com algumas mudanças, como o uso de gadgets ou coberturas, os controles não respondem bem e podem prejudicar o usuário, principalmente nos momentos em que agilidade e precisão são necessárias.
Apenas para iniciados
Se você não é fã de James Bond ou assistiu apenas aos filmes mais recentes do espião, é melhor fazer a lição de casa antes de jogar. 007 Legends não faz a menor questão de explicar contextos e enredos para os jogadores, posicionando-se como um game feito apenas com os aficionados pela série em mente.
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A história dos filmes do passado não é contada e o jogador é lançado em meio à ação, em momentos-chave da história, seguindo-a a partir dali. As cenas trarão um sorriso ao rosto de quem conhece a saga do espião, mas deixarão todos os outros boiando. Tal perspectiva esvazia o enredo, pois não exibe a motivação de vilões e mocinhos, além de passar a impressão que 007 Legends é um game no qual apenas atirar importa.
Sozinho na rede
Enquanto a jogabilidade local de 007 Legends é rápida e divertida, o mesmo não pode ser dito quando o assunto são os modos online. Apesar de serem o grande foco do multiplayer, o título sofre com problemas de conexão e um grande vazio de usuários, que parecem não terem embarcado no game.
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Durante nossos testes, enfrentamos diversos problemas de conexão e estabilidade no sistema de criação de partidas. Quando ele finalmente funcionava, passávamos muitos minutos esperando a aparição de mais jogadores para que, finalmente, a rodada começasse. E aí, começava a torcida para que ela não caísse no meio. Quem quiser se conectar a 007 Legends vai precisar de paciência e muita disposição.
Vale a pena?
007 Legends poderia ser definido como uma versão piorada de Call of Duty: James Bond. O potencial da ideia original do game não é aproveitado de forma alguma, com a Eurocom apresentando um título que se esforça para chegar ao quesito “regular”, cheio de falhas e com um enredo vazio.
                                                                                        Equipe:
                                                                                               

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